As crianças acima de dois e meio a três anos de idade, que não conseguem ser tratadas no dentista, representam uma preocupação e tanto para os pais.
Digo a partir dessa idade, pois é quando estão mais envolvidas com o ambiente ao redor, e já conseguem se expressar mais efetivamente. As mais novas também estão “abertas” ao sistema familiar, mas a partir dessa faixa etária, podem se expressar mais claramente, e as dificuldades ficam mais evidentes.
E como elas se manifestam?
Muitas dessas crianças manifestam fúria, não aceitam desconhecidos por perto, refutam tentativas de aproximação, não se deixam envolver por um diálogo, e podem ser agressivas. No final, muitos acabam saindo da cadeira do dentista como se nada tivesse acontecido. Demonstram carinho pelo profissional, orgulho pelo sorriso transformado e podem chegar a pedir desculpas espontaneamente. E mantém as atitudes na próxima consulta.
Estou me referindo aqui a comportamentos que fogem da média, do que seria esperado de uma criança que sente medo, insegurança ou desconforto frente ao desconhecido. Também não me refiro a crianças com síndromes ou doenças que afetem o comportamento, embora muitas delas também podem ser influenciadas por essas situações que vou levantar.
E o que isso pode significar?
Comecei a perceber através dos pais que chegam dispostos a conversar e olhar para toda a situação com calma, honesta e profundamente, que há uma manifestação da criança que tem como pano de fundo uma dor. Essa dor pode estar evidente, simbolizando o reflexo de uma situação momentânea, ou não ser tão evidente assim.
Portanto, isso significa que estamos à frente de duas possibilidades.
A primeira, quando depois da consulta para entender todo o quadro, conseguimos delinear uma forma de acessar a criança. A partir daí, trabalhando com o que foi apresentado, através de técnicas de odontopediatria, pedagogia e psicologia, conseguimos a seu tempo, uma transformação.
Na segunda possibilidade, não conseguimos uma modificação na colaboração da criança.
O que comecei a perceber...
Começaram a surgir casos de pacientes que vinham de várias tentativas frustradas de tratamentos anteriores, e assim permaneciam. Percebi que o motivo do sofrimento e das manifestações da criança não conseguiam ser identificados.
Tendo conhecido as Constelações Familiares há mais de 20 anos, resolvi buscar um olhar diferente para esses casos.
A partir daí, alguns pais se mostraram dispostos a irem mais longe, por já estarem há tempos em busca da melhor solução para o tratamento dentário de sua criança. Chegam muito preocupados, em sofrimento.
E nesse ponto o que pode ocorrer?
A família pode nessa hora optar por uma sedação ou anestesia geral. Ver link da matéria ou assista o vídeo abaixo.
Em alguns casos, isso se faz necessário, mas o que pode ser considerado, é a utilização de uma visão ampliada da situação.
A maioria dos casos.
Com o maior número de crianças, conseguimos um atendimento que responda às suas necessidades, com os recursos mencionados, aliados a paciência e dedicação, além de experiência.
Mas isso não representa 100 % dos casos.
Os pais são livres para fazerem suas escolhas, e mesmo mudarem de opinião com o tempo. Tudo bem, mesmo porquê, tudo depende da história individual e possibilidades de cada caso.
Para aqueles pais que desejem enxergar mais além, entender a dinâmica à qual a criança está inserida, há caminhos complementares.
O que mudou com a prática dos ensinamentos de Bert Hellinger na Clínica de odontopediatria?
Mudou muito, para melhor!
Além das dificuldades normais de nossa vida, acontece que a criança muitas vezes se posiciona na busca de proteger ou seguir um dos pais. E nessa posição conflituosa que não lhes cabe, as dificuldades se manifestam.
Nesses casos, as constelações clarificam esses posicionamentos que passam longe de nossa consciência, ampliam as percepções muito além das aparências, e harmonizam o campo das relações familiares, no sentido da cura.
Com esse apaziguamento, muitos sintomas também, acabam se esvaindo.
O que esperar de um atendimento individual ou workshop de Constelações Familiares em casos assim?
Inicialmente, os conflitos podem repercutir nas crianças em tempos de separação dos pais, morte de um ente querido, ou serem resultado consciente ou inconsciente de dinâmicas familiares, que podem ser desconhecidas pelos pais.
Um sintoma pode ter muitas causas, inclusive sistêmicas. Conseguimos, amenizar manifestações das crianças como comportamento, medos, falta de atenção, agitação, dificuldade de aprendizado, agressividade e bruxismo, além de outros, com as Constelações.
Os relatos dos pais sinalizam que depois das Constelações, sentiram paz, leveza, alegria, compreensão, insights, posturas que surgem espontaneamente e consequentemente uma nova forma de relacionar-se com o outro e com a própria vida. E tudo isso chega até a criança.
Os pequenos podem sentir-se mais “protegidos” pois os pais encontram-se apaziguados e posicionados em suas funções.
E quando um dos pais não faz parte da vida da criança ou não consegue desempenhar seu papel?
Mais um excelente motivo para fazer uso do conhecimento que as Constelações Familiares nos oferecem, para equilibrar todo o sistema.
É fundamental termos certas compreensões para conseguirmos incluir quem tiver que ser incluído, reconhecer o lugar de todos, dar-se conta dos sentimentos em relação ao companheiro, pais ausentes e relações familiares anteriores.
Mas será que não será muito sofrido?
Ocuparmos o nosso lugar só pode ser muito apaziguador. Quando os grandes ainda estão em negação, nos colocamos na posição dos pequenos. E como ELES conseguirão ter paz assim? Pense nessa imagem: já pensou se numa escola de samba, alguém resolve do nada, entrar e fazer o desenvolvimento que teria que ser feito em sua ala de origem, em uma nova ala??
Até as fantasias poderão entrar em choque! Seria muito esforço e dá para imaginar que dificilmente daria certo.
E quando eu acho que o problema é o outro?
Você só poderá constelar a sua dor. Conversando com o facilitador em consulta prévia, poderá chegar à conclusão de seu tema e da melhor forma de abordagem, segundo seus objetivos.
Meu pai sempre dizia que conhecimento não ocupa lugar, portanto, caso esteja curioso, e queira saber mais sobre as Constelações Familiares, seja bem-vindo ao nosso site : www.constelandinho.com.br